Corinthians e Internacional começam nesta quarta-feira, às 21h50m, no Pacaembu, muito mais do que a final da Copa do Brasil e a busca pela vaga na Taça Libertadores de 2010. Campeões estaduais invictos no primeiro semestre, Timão e Colorado colocam à prova seus poderes de investimentos em jogadores renomados e fazem um 'tira-teima' após polêmicas que transformaram os clubes em inimigos nos últimos anos.
Desde que garantiram a passagem para a decisão, os clubes trataram de evitaram pronunciar a palavra favoritismo e, assim, não abastecer o adversário com declarações que poderiam servir de combustível às vésperas do primeiro encontro
Nos números, as equipes fizeram campanhas parecidas. O Corinthians disputou oito jogos, com quatro vitórias, três empates e uma derrota. De cara, eliminou Itumbiara-GO e Misto-MS com vitórias por 2 a 0. Depois, passou pelo Atlético-PR (2 a 3 e 2 a 0) e Fluminense (1 a 0 e 2 a 2), até chegar às semifinais contra o Vasco. No Maracanã, empate por 1 a 1. Já em São Paulo, igualdade sem gols.
- Chegamos com 50% de responsabilidade para cada lado. E isso é ótimo. É ruim jogar com 70% para você e 30% para os outros, como foi em determinados momentos do ano passado (perdeu a decisão para o Sport). Essa final a gente sabe como vai ser pela grandeza dos clubes. Se existe investimento aqui, do outro lado também tem - disse Mano Menezes.
Já o Internacional precisou jogar mais. Foram dez partidas, sete vitórias, um empate e duas derrotas. Curiosamente, o Colorado não conseguiu eliminar nenhuma adversário logo no primeiro jogo. Na estreia, passou pelo União Rondonópolis-MT (0 a 1 e 2 a 0) e, em seguida, pelo Guarani (2 a 1 e 5 a 0). Nas oitavas, superou o Náutico (3 a 0 e 2 a 0), enquanto nas quartas se classificou no sufoco contra o Flamengo (0 a 0 e 2 a 1). As semifinais foram contra o Coritiba: vitória por 3 a 1, em Porto Alegre, e derrota por 1 a 0, no Paraná.
- O bom é que, nesse duelo com o Corinthians, vai ser a primeira vez em que vamos enfrentar um adversário este ano sem sermos considerados favoritos - afirmou o vice-presidente de futebol do Inter, Fernando Carvalho.
Problemas de 2005 e 2007 continuam vivos
Apesar do clima de paz, corintianos e colorados se envolveram em polêmicas nas últimas edições do Campeonato Brasileiro. Os gaúchos chiam até hoje o pênalti
do goleiro Fábio Costa no volante Tinga não marcado pelo árbitro Márcio Rezende de Freitas, no Pacaembu, em 2005, ano do escândalo de manipulação de resultados (assista ao vídeo do lance).
Uma vitória sobre o Alvinegro naquele 20 de novembro colocaria o time do Sul muito próximo do título. A direção tentou até melar o campeonato na Justiça e só recuou depois que a CBF ameaçou punir o clube com suspensão. No final, com um elenco galáctico comandado pelo argentino Carlitos Tevez, o Timão foi campeão.
Em 2007, o troco. O Corinthians precisava vencer o Grêmio, no Olímpico, e torcer por uma vitória do Internacional sobre o Goiás, no Serra Dourada, para não cair. No entanto, o Colorado foi derrotado por 2 a 1, de virada, e 'colaborou' para o Timão disputar a Série B no ano seguinte. Em Porto Alegre, após o empate contra o Tricolor, dirigentes corintianos acusaram os jogadores do Inter de facilitar a vitória dos esmeraldinos só para prejudicá-los em represália ao que aconteceu em 2005.
- Aqui no clube ninguém fala muito disso. São poucos jogadores que estavam nesses jogos ou quase nenhum. A gente deixa mais para a imprensa. Não levamos para dentro de campo. Não vai ajudar em nada. O que decide é dentro de campo e não falando - ressaltou o volante Cristian.
- Não tem como não relacionar a decisão da Copa do Brasil com 2005. Não tem como esquecer. Quem viveu aquilo jamais esquecerá. Eu estava lá. Eu vivi tudo aquilo. É algo que marca muito. O que aconteceu foi uma intervenção inédita no futebol mundial. Dormimos em primeiro e acordamos em outra posição. Depois ainda teve o pênalti. Para mim, a relação é clara. Eu vejo como uma revanche - rebateu o presidente do Inter, Vitório Piffero, que em 2005 era vice-presidente de futebol
Mano tem dúvida na lateral esquerda
O tão costumeiro mistério feito pelo técnico Mano Menezes continuará na final. O treinador não revela quem será o substituto de André Santos, convocado para a seleção brasileira. Ele tem três opções: Wellington Saci, muito criticado no empate com o Goiás, Marcelo Oliveira, substituto do primeiro na etapa final do duelo no Serra Dourada, e o zagueiro Diego, que atuaria improvisado na posição por ser canhoto. A tendência é que Marcelo Oliveira seja escalado.
Mano, contudo, garantiu a presença do atacante Dentinho. Ele levou uma pancada na perna direita na semana passada e chegou a ser dúvida. No entanto, está confirmado. O mesmo acontece com o também atacante Jorge Henrique, poupado na última rodada do Brasileirão.
- O Dentinho vai jogar, isso eu posso dizer. Na lateral nós temos três opções e vamos optar por uma delas - disse o comandante.
A esperança alvinegra, claro, recai sobre Ronaldo. Depois de uma lesão na panturrilha direita e duas gripes, o Fenômeno sonha em quebrar a série ruim. Ele não sabe o que é fazer sequer um gol há cinco jogos. Os últimos foram na vitória por 2 a 0 sobre o Atlético-PR, no Pacaembu, pelas oitavas de final.
- Espero voltar a ser decisivo - projetou.
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